por Leticia Costa, 26 anos, formada em Arquitetura e Urbanismo. Abriu a esmaltaria na @minhamimo em março de 2018 sem conhecer sobre o modelo de negócio, e hoje, quatro anos depois, já expandiu para outros setores e tem o primeiro modelo de negócio de Centro de Beleza do Brasil, valorizando e pregando a importância da beleza sem padrão.

A visão que eu tinha do empreendedorismo é muito semelhante à que as pessoas enxergam no instagram: uma pessoa que faz a sua própria rotina, com total flexibilidade de horário e jantares fora quase todos os dias da semana. Quando abri mão da contratação CLT para abrir o meu próprio CNPJ, a mudança de realidade veio, e com ela muitas surpresas.

A primeira coisa a ser esclarecida é: quem abre uma empresa não necessariamente é rico. Muitas pequenas empresas nascem de um investimento que foi guardado há anos, ou no caso da minha, sem capital nenhum: tudo parcelado no cartão de crédito.  Troquei a certeza de um salário no final do mês por um sonho que sempre tive em ter minha independência financeira, essa que só consegui após um ano e meio de empresa aberta, quando recebi meu primeiro pro labore sem me desesperar.

Errar faz parte do processo

Antes de se tornar um case de sucesso, teve muito choro debaixo do chuveiro (e depois também)! Mesmo quando se tem experiência é comum tropeçar, mas quando se é uma administradora de primeira viagem, infelizmente muitas coisas são aprendidas na prática. Eu, arquiteta recém formada, tive somente uma experiência de gerência e as demais como recepcionista e auxiliar de escritório, nem consigo contar quantas vezes dei de cara com a parede pelas decisões que tomei. Mas me abracei e aceitei meus erros, porque é comum! Mas claro, aprendi com cada um deles.

Flexibilidade de horário? Viajar desenfreadamente? Calma, essa é a realidade que acreditamos ao enxergar somente o superficial da rotina de uma pessoa na rede social. Troquei uma carga de 44hrs semanais para dobrar a quantidade de horas trabalhadas, porque você aprende que na sua empresa você não é apenas a fundadora/administradora, você é a recepcionista, faxineira, financeiro… Tudo o que o seu negócio precisar para dar certo. E isso requer tempo, muito tempo.

Flexibilidade de horário?

Hoje, mesmo após 04 anos de empresa, ainda existem muitas dificuldades, principalmente nesse cenário pós-pandêmico. Apesar da equipe ser maior e não precisar ter que me dividir em tantas funções para o funcionamento da empresa, ainda há muita dedicação para continuar melhorando como empresa e lidar com o maior desafio, que é o gerenciamento de pessoas.

Trabalhar com algo que acredito: ainda vale a pena

Ainda tenho noites mal dormidas por pensar em problemas da empresa; ainda interrompo o meu banho para resolver situações; ainda choro me perguntando se eu fiz uma boa escolha ao querer abrir o meu próprio negócio, pensando que ainda não tive esse momento *glamuroso que vejo no instagram de outras empreendedoras. Mas quando acordo todos os dias e lembro que estou indo trabalhar por um propósito que acredito, numa empresa onde sua maioria são mulheres e que estou fazendo a diferença na vida de pelo menos uma delas, a resposta vem: sim, eu fiz e faria de novo!


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