Ao ler você aprende:
- Porque existe uma explosão de audiência e procura por conteúdos sobre sexualidade
- Como a Netflix usa dados para produzir conteúdo
- Diferença entre erotismo e pornografia
- A relação entre empoderamento feminino e sexualidade
- Lista de séries sobre sexualidade na Netflix e suas sinopses
- Como o Only Fans traz mulheres como protagonistas
- Como séries e contos eróticos influenciam na sua libido
A explosão das séries eróticas e a criação de conteúdo da Netflix
Se você está lendo esse texto, com certeza você viveu a pandemia como todos nós mortais confinados em lockdown: assistindo Netflix. E nesse meio tempo, você deve ter notado que nos últimos anos, séries e filmes com tópicos sobre sexualidade, até mesmo eróticas (sim!) têm sido cada vez mais frequentes. Por isso, nós fizemos uma lista de 16 séries eróticas na Netflix para você maratonar.
Essa explosão de séries eróticas na Netflix não é por acaso, e sim calculado. Uma das maiores inovações da Netflix é o fato de eles usarem os dados de consumo e comportamento da audiência para produzir e criar conteúdo. Como assim? Todas as vezes que você pausa, abandona ou termina uma série, ou até quando você repete uma cena várias vezes, a Netflix coleta e analisa esses dados.
Esses dados coletados são usados como um guia do que a audiência gosta e se interessa mais, possibilitando a criação de várias outras séries ou filmes que você vai se apaixonar e maratonar (sim, não é coincidência que a plataforma tem a maioria das séries que você ama).
O que isso significa é que se cada vez mais aparecem séries com temáticas de sexualidade e/ou eróticas… é porque o interesse da audiência tem crescido. E se o número de protagonistas femininas dentro dessas temáticas aumenta, significa que a aceitação tem sido grande.
A diferença entre erotismo e pornografia
Antes de mais nada, é importante saber que quano falamos séries eróticas, não queremos dizer pornografia. Antes que vocês fiquem confusas, a gente explica: erotismo e pornografia não são a mesma coisa, apesar de compartilharem sexo como um interesse em comum.
A gente te esclarece: o termo “erótico" vem da palavra "erotismo" tem origem grega - erótikos, que por sua vez chegou no latim como eroticus, e significava algo que “tem amor, tem paixão ou desejo intenso". O cupido, aquele anjinho que atira flechas apaixonadas da mitologia romana, representa o deus do amor, Eros, na mitologia grega (daí, o termo erotismo).
Já pornografia vem do termo francês cunhado no século XIX pornographie, que tem origem no grego porné, que significa "prostituta", relacionando a palavra à ideia de comércio, visto que prostituta significa literalmente "mercadoria exposta".
Basicamente: o erótico é o contexto sexual e o ato em si, e o pornô o sexo por sexo. Enquanto o erótico pode começar na paquera de um jantar a dois, o pornô se resumiria ao ato em si.
Você pode ler mais sobre o tema nessa matéria que produzimos sobre páginas eróticas.
Sexualidade feminina e empoderamento: mais que uma tendência
“Se você olhar pra trás na história
Há um duplo padrão normal de sociedade
Os garotos ganham toda a glória e quanto mais pontos fizerem
Enquanto as mulheres fazem o mesmo e a chamam de prostituta”
Esses são versos da Christina Aguilera em Can’t Hold Us Down em 2009. Antes disso, Margaret Sanger já havia conseguido financiamento para a criação da pílula anticoncepcional, Madonna já havia chocado o mundo cantando sobre seu direito de ser sexual e Hilda Hilst já havia escrito erotismo no Brasil.
Questões de empoderamento feminino não começaram agora, mas podemos concordar que o assunto tem sido uma pauta cada vez maior nos últimos 20 anos - seja com a Christina Aguilera cantando sobre mulheres serem consideradas prostitutas por fazerem os mesmo que os homens, com a Beyoncé colocando o discurso de Chimamanda Ngozie Adichie sobre igualdade de gênero na canção Flawless ou com a Michelle Obama revolucionando o papel de uma primeira-dama.
O ativismo feminino e a temática do empoderamento virou tendência ao ponto de não só estar presente não só nas séries da Netflix, mas nas principais produções audiovisuais do mundo, nas propagandas, nas estampas de camisetas em lojas de departamento, no círculo político e no âmbito do empreendedorismo feminino, como podemos ver no crescimento do mercado de sextech e sexual wellness sob a liderança de mulheres.
Lembram que só conseguimos planejar nossas vidas e carreiras depois dos anticoncepcionais? 60 anos depois da criação das pílulas anticoncepcionais. Não é possível dissociar empoderamento feminino do empoderamento sexual.
Nos últimos anos e principalmente durante a pandemia, com as medidas de distanciamento social, a demanda feminina pelo direito ao prazer foi mais exposta: as mulheres sentem desejo e querem conhecer seus próprios corpos, vulgo a alta venda de vibradores, o crescimento dos aplicativos de conteúdo erótico voltado pra elas e nova leva de conteúdo de entretenimento sobre sexualidade trazendo personagens femininas protagonistas não só das séries, mas de suas próprias sexualidades.
Séries eróticas na Netflix para colocar na sua lista:
- Sex/Life (2021)
A história do inusitado triângulo amoroso entre uma mulher, seu passado e seu marido, que lança um novo olhar sobre o desejo feminino. Billie Connelly (Sarah Shahi) nem sempre foi bela, recatada e do lar. Antes de se envolver com o carinhoso Cooper (Mike Vogel) e viver em Connecticut, Billie morava em Nova York com a melhor amiga Sasha (Margaret Odette), trabalhando muito e se divertindo mais ainda. Cansada de tomar conta dos filhos pequenos e movida pela nostalgia, Billie escreve um diário e fantasia sobre a tórrida paixão que viveu com o ex-namorado Brad (Adam Demos), que ela nunca superou. Quanto mais Billie remexe no passado, mais ela questiona sua trajetória — até que o marido encontra o diário.
2. Sexify (2021)
Para criar um aplicativo de sexo e vencer uma competição de tecnologia, uma jovem inexperiente e suas amigas decidem explorar o assustador mundo da intimidade. Bem atual, né? Fala justamente sobre esse ramo sextech que mencionamos. Outro fato interessante é que a série é polonesa, um país super conservador.
3. Desejo Sombrio (2020)
A nossa Maitê de RBD tá diferente... Casada, Alma passa um fim de semana fora de casa. A experiência desperta uma paixão, mas acaba em tragédia e a faz questionar a verdade sobre as pessoas próximas.
4. O Preço da Perfeição (2020)
Uma bailarina é convidada para substituir a melhor aluna de uma escola de balé e acaba entrando em um mundo de mentiras, traições e disputas implacáveis. A série traz muitas cenas de sexo e nudez.
5. Bridgerton (2020)
Oito irmãos inseparáveis buscam amor e felicidade na alta sociedade de Londres. Inspirada nos best-sellers de Julia Quinn. O ponto alto? O relacionamento e as descobertas sexuais do duque e da duqueza, que traz a questão do prazer feminino como parte importante da história.
6. Valéria (2020)
Com problemas na vida conjugal e profissional, a escritora Valéria conta com o apoio de suas três melhores amigas. Baseada nos romances de Elísabet Benavent, a série espanhola acompanha as aventuras sexuais da protagonista e traz várias cenas quentes.
7. Goop: muito além do prazer (2020)
Estreada por Gwyneth Paltrow (que já vende seus próprios produtos de sexual welness), a série acompanha vários casais buscando vidas sexuais mais ativas e realizadas. Eles abrem suas intimidades para o público, revelando sobre suas mais profundas inibições e fetiches enquanto tentam encontrar novas formas de atingir o orgasmo.
8. Amizade Dolorida (2019)
Uma universitária de Nova York que faz bico como dominatrix contrata seu melhor amigo da escola, recém-saído do armário, como seu assistente. A série tenta trazer mais sobre o mundo BDSM, apesar de ter recebido criticas da comunidade dominatrix.
9. Sex Education (2019)
O inseguro Otis sabe muito sobre sexo e aconselha seus colegas quanto a isso, graças à sua mãe sexóloga, a Dra. Jean Milburn. Com o sucesso desses conselhos, a empoderada e livre Maeve propõe criar uma clínica de terapia sexual na escola. A série é super divertida, engraçada e trata de sexo abertamente e naturalmente. Dentre os temas debatidos na série, está orgasmo feminino, disfunções sexuais, DSTs, fetiches e identidade de gênero.
10. Elite (2018)
Após três jovens da escola pública serem transferidos para um conceituado colégio de elite, o conflito entre classes acaba levando a um assassinato. A série é recheada de cenas eróticas e de nudez.
11. Wanderlust (2018)
Toni Collette interpreta Joy Richards, uma terapeuta tentando encontrar uma maneira de reacender a paixão em seu casamento após um acidente ciclístico. A série abrange a relação com a família, amigos, vizinhos e clientes, fazendo surgir histórias notáveis de amor, luxúria e desejo proibido. O mais legal dessa série é a retratação do redescobrimento da sexualidade e desejo depois dos 40.
12. Gypsy (2017)
Neste suspense psicológico, a terapeuta Jean Holloway embarca em relações íntimas e perigosas com as pessoas envolvidas na vida de seus pacientes, fazendo descobertas interessantes sobre a sua própria sexualidade.
13. The Bold Type (2017)
Essa não foi criada pela Netflix, mas foi licenciada e está no catálogo da Netflix Brasil. Elas trabalham numa revista de Nova York. Agora, essas três mulheres precisam descobrir como equilibrar carreira, romance, amizade, sexo e a vida na cidade grande. Na série, muitas pautas sobre empoderamento e sexualidade são debatidos através das descobertas pessoais e profissionais de cada uma das protagonistas. Relacionamento aberto, sexualidade, maternidade e orgasmo feminino são alguns dos tópicos tratados na série.
14. Easy (2016)
Uma antologia eclética acompanha grandes atores interpretando histórias complicadas de amor, relacionamento com eletrônicos e sexo. Com cenas bem eróticas e picantes, a série foca em torno de personagens diferentes e suas relações românticas e sexuais.
15. Sense 8 (2015)
A série de ficção científica das geniais irmãs Wachowski (mesmas criadoras de Matrix) traz um grupo de 8 pessoas ao redor do mundo que estão conectadas pela mente, e eles passam a compartilhar habilidades, sentimentos e sensações.
Esse mundo de sensações em Sense 8 os possibilita viver e explorar também novas experiências sexuais. Um outro aspecto super interessante de Sense 8 é a protagonista queer Nomi (mulher trans), que mantém um relacionamento com Amanita (mulher cis e lésbica).
Only Fans e o mercado com mulheres protagonistas
O Only Fans abre portas para um novo mercado. Ainda que envolto de problemáticas, o que torna o Only Fans uma febre para as mulheres? A plataforma se tornou uma ferramenta em que mulheres, que já trabalham com a indústria adulta, possam controlar as imagens que fazem dos próprios corpos e a receita que geram com eles. Para outras, o Only Fans proporcionou uma nova visão sem tabus sob seus reflexos, além de gerar uma renda com isso.
Apesar das controvérsias, o Only Fans surge para muitas mulheres como um brado de liberdade. Em que o corpo também é político e a pele feminina representa poder e não um tabu. Não obstante, o local emerge enquanto contraponto ao mercado pornô tradicional. Dentro da indústria do mercado de entretenimento adulto: mulheres têm controle sobre como posam, o que publicam e o quanto ganham por isso. Isso se torna símbolo de transgressão!
Only Fans, criado em 2016 na Inglaterra, é uma plataforma de produção de conteúdo em que os seus usuários podem assinar perfis cadastrados. Os conteúdos que vão para o Only Fans são das mais diversas categorias, como música e o mais famoso deles: o mercado adulto. O valor de cada assinatura é definido pelo criador de conteúdo, por isso varia bastante dentro da plataforma.
Segundo a empresa britânica, eles geram cerca de R$ 27 bilhões por ano para mais de 2 milhões de criadores. Para o recebimento das assinaturas, o Only Fans cobra uma taxa em cima do valor pago pelos assinantes. De acordo com a política da empresa britânica, o limite mínimo para cadastro é de 18 anos. Porém, o documentário da BBC “#Nudes4Sale” põe uma lupa no mercado de entretenimento adulto, e denuncia a presença de menores de idade na plataforma.
Atualmente, segundo a Lei de Segurança Online britânica, empresas serão multadas em £ 18 milhões ou 10% de seu faturamento global caso a presença de menores de idade permaneça na plataforma.
Dentre os usuários, existem personalidades públicas se destacam. No Brasil, a funkeira MC Mirella diz faturar cerca de R$ 480 mil por mês durante o podcast Lavando a Roupa, de Lucas Selfie, e disse ainda estar no top 2 do site.
Charry Jin, modelo, fotógrafa e dona de um perfil de sucesso no Only Fans conta ao Lábios Livres sua história ao usar a arte para empoderamento e construção do seu feminino. Charry ainda conta como tudo isso a levou, em 2020, para a plataforma. Você pode conferir o relato na íntegra clicando aqui!
Como séries e contos eróticos influenciam na sua libido
A excitação humana é estimulada principalmente pelo cérebro, ainda mais do que o toque físico. Isso explica, por exemplo, porque existem tantos fetiches e fantasias diferentes, e porque o que excita uma pessoa não necessariamente excita a outra.
Além disso, não se culpem se não conseguirem ficar excitadas tão rápido quanto a ereção do seu parceiro, por exemplo. Uma curiosidade sobre o prazer feminino é que é normal que a mulher tenha uma resposta sexual mais lenta, necessitando, muitas vezes, de estimulação por pelo menos 15 minutos.
Por conta disso, estimular o cérebro é uma das principais maneiras de aumentar a libido! Assistir, ouvir ou ler conteúdo erótico aguça a imaginação e, consequentemente, podem ajudar você a potencializar o seu desejo. O consumo desse tipo de conteúdo é inclusive indicado no combate de disfunções sexuais e baixa libido que não seja hormonal.
Se ler é mais a sua praia, nós escrevemos um guia definitivo de contos eróticos para mulheres para você saber por onde começar.
E aí, quais dessas séries eróticas você já assistiu ou qual você mais quer maratonar? Conta pra gente!